Maternidade e casamento: como manter a conexão a dois

Quando minha filha nasceu, eu senti como se o meu mundo tivesse virado do avesso. O amor que eu sentia por aquela criaturinha era imenso, mas, ao mesmo tempo, comecei a perceber como meu relacionamento com meu companheiro mudou. As conversas diminuíram, os momentos a dois rarearam e, em muitos dias, mal conseguíamos nos olhar nos olhos entre uma mamadeira e uma pilha de roupas por lavar.

A maternidade me ensinou muita coisa, mas uma das mais importantes foi entender que o casamento também precisa ser cuidado. Se a gente não cultiva o amor, a conexão se perde no meio da rotina, do cansaço e da sobrecarga. Por isso, quero dividir com você algumas coisas que funcionaram por aqui — pequenas atitudes que ajudaram a manter a nossa parceria viva, mesmo em meio ao caos da vida com filhos pequenos.


Eu precisei lembrar do que nos uniu

No meio de tantas responsabilidades, eu comecei a esquecer da nossa história. Às vezes, eu olhava pro meu parceiro e via só o pai da minha filha — e não mais o homem por quem eu me apaixonei. Isso me assustou. Então decidi resgatar a nossa conexão relembrando as coisas boas que vivemos: nossas viagens, os momentos engraçados, os sonhos que tínhamos antes da chegada do bebê.

O que eu fiz: Separei um tempo para olhar nossas fotos antigas, conversar sobre “os velhos tempos” e até escutar músicas que marcaram o início da nossa relação. Foram gestos simples, mas que reacenderam algo entre nós.


Conversar, mesmo quando dá preguiça

Eu sempre fui de guardar as coisas, mas percebi que isso não ajudava em nada. Quando a gente deixa de falar sobre o que sente, o outro nem sempre percebe — e aí o afastamento só aumenta. Aprendi a dizer quando estou sobrecarregada, quando estou triste, quando preciso de mais ajuda. E também aprendi a escutar o que ele sente, mesmo quando eu estou cansada.

O que combinamos: Uma vez por semana, tiramos um tempinho só pra conversar. Às vezes é no fim do dia, com uma xícara de chá, às vezes é no meio da bagunça mesmo. Mas é um momento nosso, sem celular, sem distrações. E faz toda a diferença.


Os pequenos gestos que aquecem o coração

Por muito tempo, eu achei que pra manter o romance a gente precisava de grandes eventos: viagens, jantares fora, noites só nós dois. Mas a verdade é que são os gestos pequenos do dia a dia que sustentam um relacionamento. Um café que ele faz pra mim do jeito que eu gosto, um bilhetinho carinhoso que eu deixo no travesseiro dele, um abraço demorado no meio da correria.

O que mudou por aqui: Comecei a prestar mais atenção nessas pequenas demonstrações de afeto e, principalmente, comecei a fazer também. Um toque, um elogio sincero, uma mensagem de “bom dia” com carinho. Isso nos aproximou de novo, sem grandes produções.


Dividir para não sobrecarregar

Uma coisa que mexeu muito comigo foi a sobrecarga. Eu me sentia esgotada, e isso deixava meu humor péssimo, o que acabava afetando nossa relação. Quando percebi que estava tentando dar conta de tudo sozinha, parei. Chamei ele pra conversar e fomos ajustando as tarefas, as rotinas, os cuidados com a nossa filha.

Como colocamos em prática: Criamos juntos uma rotina de cuidados divididos. Pode não ficar perfeito, mas alivia muito. Quando nos sentimos como uma equipe, tudo flui melhor. E sobra até mais energia pra gente ficar junto como casal, não só como pais.


Sim, ainda somos um casal

Essa foi a lembrança mais importante pra mim: nós ainda somos um casal. A maternidade é intensa e maravilhosa, mas não pode apagar quem nós éramos antes. Claro, tudo mudou — e a gente também mudou. Mas ainda existe amor, e ele merece ser cuidado com carinho.

Hoje, com todos os altos e baixos, sei que nosso casamento continua porque escolhemos todos os dias manter esse laço. Com falhas, com tropeços, com aprendizado. Mas com verdade.

Se você também está nessa fase desafiadora de conciliar maternidade e casamento, saiba: você não está sozinha. Dá trabalho, exige intenção, mas vale a pena. A conexão pode ser resgatada e fortalecida — mesmo quando parece que não há tempo pra nada. Às vezes, tudo o que a gente precisa é lembrar que, antes de sermos pais, fomos um “nós”. E esse “nós” ainda pode florescer.

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