Ser mãe é, desde o primeiro instante, estar exposta. Exposta à opinião alheia, aos palpites, às comparações, aos olhares de reprovação e, muitas vezes, às críticas não solicitadas. E mesmo quando essas críticas vêm de pessoas próximas — familiares, amigas, vizinhas — elas têm o poder de nos desestabilizar, principalmente quando estamos tentando fazer o nosso melhor em meio a noites mal dormidas e dias cheios.
Hoje quero compartilhar o que aprendi com essas críticas, como elas me impactaram, o que mudou em mim e, principalmente, como encontrei o caminho para seguir confiante nas minhas escolhas como mãe.
Sumário
Quando as críticas vêm disfarçadas de “conselho”
Assim que meu bebê nasceu, percebi que junto com ele, nasceu também uma multidão de especialistas em maternidade ao meu redor. Cada pessoa tinha algo a dizer: “Esse bebê chora muito, será que você está amamentando direito?”, “Você vai acostumar ele mal pegando tanto no colo!”, “Na minha época, criança dormia no berço, não na cama dos pais.”
No início, cada comentário desses me fazia repensar tudo. Eu lia mais, procurava artigos, me sentia culpada por não estar fazendo da “forma certa”. Mas o que é essa forma certa? Quem define o que é melhor para meu filho e para nossa rotina familiar?
Foi aí que percebi que muitos desses “conselhos” estavam mais ligados à vivência do outro do que às necessidades do meu bebê ou da nossa realidade.
O impacto emocional das críticas maternas
Uma crítica mal colocada tem o poder de paralisar. Eu me sentia constantemente avaliada. Comecei a duvidar das minhas decisões, a me comparar com outras mães, a tentar agradar os outros em vez de me conectar com meu filho.
E é nesse ponto que mora o perigo: quando passamos a buscar validação externa, deixamos de ouvir nossa intuição — essa ferramenta poderosa que toda mãe carrega, mesmo sem saber. Eu precisei de tempo (e algumas lágrimas) para entender que meu jeito de maternar era válido, mesmo que não fosse igual ao das outras mães à minha volta.
O poder da empatia entre mães
Uma das maiores lições que aprendi foi sobre empatia. Depois de sentir na pele o peso das críticas, decidi que jamais faria o mesmo com outra mãe. Nunca sabemos o que há por trás das decisões de uma mulher em relação à criação dos filhos. Pode haver cansaço extremo, ansiedade, traumas, falta de apoio.
Trocar a crítica pelo acolhimento é um ato de generosidade que muda o dia — e às vezes a vida — de uma mãe. Quando alguém me diz que o filho só dorme se for no colo, eu não digo que está criando “manha”, eu pergunto: “Você quer ajuda pra descansar um pouco?”.
Aprender a filtrar o que escuto
Hoje, aprendi a ouvir com mais calma e filtrar o que faz sentido para mim. Não preciso reagir a tudo. Algumas críticas simplesmente não vêm de um lugar de empatia ou compreensão, e está tudo bem não absorvê-las.
O que faço é me perguntar: “Essa observação me ajuda ou me machuca? Tem base em algo que realmente precisa ser revisto na minha rotina, ou apenas reflete a visão de mundo de outra pessoa?”
Nem tudo o que nos dizem precisa ser levado a sério. E isso é libertador.
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Encontrando apoio nos lugares certos
Outro aprendizado importante foi buscar redes de apoio verdadeiras. Encontrei isso em grupos de mães com vivências parecidas, em amigas que escutam sem julgar, em conteúdos que informam sem pressionar.
Quando estamos cercadas de apoio genuíno, conseguimos ser mais leves, mais seguras e, principalmente, mais gentis conosco. A maternidade já é exigente demais — não precisamos também carregar o fardo de atender às expectativas de todo mundo.
Fortalecendo minha voz como mãe
A maternidade me ensinou a ser mais firme. Não no sentido autoritário, mas na convicção das minhas escolhas. Hoje eu sei o que funciona para a minha família, para o meu filho e para mim.
Isso não significa que tenho todas as respostas (longe disso!), mas aprendi que posso experimentar, mudar de ideia, ajustar a rota — e isso também é maternar com responsabilidade.
A crítica alheia já não me abala como antes. Não porque me tornei imune, mas porque desenvolvi ferramentas para não deixar que ela me defina.
O papel do autoconhecimento nessa jornada
Para conseguir silenciar o barulho externo, precisei olhar para dentro. Compreender minhas inseguranças, aceitar minhas vulnerabilidades e me permitir ser uma mãe imperfeita — porque, afinal, não existe perfeição na criação dos filhos.
Quanto mais me conheço, mais compreendo que estou fazendo o melhor que posso com as ferramentas que tenho. E isso é mais do que suficiente.
E se a crítica ainda doer?
Se mesmo após tudo isso você ainda se sentir afetada por uma crítica injusta, respire fundo. Lembre-se de que ninguém vive a sua realidade. Ninguém conhece sua rotina, seus desafios, suas noites mal dormidas e o amor que você dedica diariamente.
Fale com alguém de confiança, escreva, chore se precisar. Mas não deixe que a opinião alheia apague o seu valor como mãe. Você sabe o quanto se dedica, e seu filho sente isso todos os dias.